Domingo que vem Eça de Queirós vai fazer anos: o seu 167º aniversário!
Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim a 25 de Novembro 1845.
Duas circunstâncias importantes determinaram a sua vida e a sua obra: Primeiramente a infância na paisagem do Douro e secundariamente o facto de ele ter nascido como filho natural de José Maria de Queirós e de ‘mãe incógnita’. Os seus pais só se casam em 1849. Ele viveu com uma ama e depois com os avós antes de ir para escola no Porto e para a Universidade em Coimbra.
Ele tinha uma grande vocação para a literatura e para a poesia. Mas ele sabia também que viver só da literatura não era suficiente. Teve breves experiências como advogado e jornalista. Finalmente decidiu começar uma carreira no serviço diplomático de consulado. Na sua carreira foi cônsul em Havana, Newcastle e, por fim, em Paris. Durante e paralelamente ao seu trabalho diplomático escreve as suas obras: grandes romances sobre a situação da burguesia e dos intelectuais no século dezanove em Portugal.
Ele casou tarde, em 1886 – com uma filha de uma família que ele já conhecia há muito tempo – e teve uma filha e três filhos.
Ele morreu em Paris em 1900 só com 55 anos.
Eça de Queirós foi uma descoberta para mim. Infelizmente ele é praticamente desconhecido fora da Península Ibérica porque praticamente não existem traduções. Ele é fácil de ler visto que o estilo é claro e a história narrada de uma maneira concisa. Os diálogos são fáceis de compreender. Ele gosta de descrições, e de vez em quando é um pouquinho barroco.
Os textos de Eça de Queirós transmitem o espírito do tempo com uma ironia formidável. Surpreendente é, confrontado com textos da mesma época (Zola, Flaubert ou autores alemãos ou ingleses), o erotismo explícito. Infelizmente a descrição de cenas eróticas é sentimental ao mesmo tempo. É possivel ficar com a impressão de que o nosso ponto de vista sobre a sexualidade está mais alterado do que sobre a sociedade.
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